segunda-feira, 30 de março de 2009

Só mais uma.

Era tarde demais, complicado demais, grande demais, sufocante demais, certo demais. Tudo demais, como tudo na vida dela, um furacão de ‘’demais’’, tudo intenso, e curto. E ela estava cansada, como nunca esteve, dessa intensidade. O pouco nunca pareceu tanto, e o fácil nunca foi tão difícil. Ela queria, de verdade, mas não é só querer, e ela sabia bem disso. O dia nascendo, tudo estava resolvido, ou era pra estar. E ela decidiu deitar, quem sabe o aperto no peito (que ultimamente tinha se tornado tão normal ) acabasse. Era só mais uma noite.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

O velho e a rosa.

Até que chegou um dia que a rosa percebeu que só o que ela tinha eram seus espinhos, sonhos e solidão. Será que afastar todos era a melhor saída? Talvez fosse a mais fácil, porque se mantendo sozinha não haviam decepções, só a sua própria, que já era grande demais.
Então durante todo esse tempo aquela rosa azul se manteve alí, firme, disposta a afastar todos do seu coração. Alguns tentaram, muitos decepcionaram, nenhum conseguiu preencher seu vazio. Até que um dia um velho, carregando consigo muito carinho e paciência, despertou a rosa... Como poderia? Como ele tinha aguentado as diversas feridas que a rosa tinha lhe causado? Como ainda tocava, olhava e passava tanto carinho? Como ainda estava alí?

A confusa rosa azul não entendia, mas pela primeira vez sentiu medo de que fosse tarde demais.


'' Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é porém mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus a redoma. Foi a ela que abriguei com o para-vento. Foi dela que eu matei as larvas. Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa. '' (
Antoine de Saint-Exupéry).

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Aquilo

Eu sei que é aquilo que eu preciso, que vai me fazer bem, mas ao mesmo tempo eu me prendo, crio motivos fúteis pra achar que aquilo não é o certo, que eu tô me confundindo mais uma vez. Eu busco cobrir o meu vazio com coisas que só me destroem mais ainda, por dentro e por fora, quando na verdade o que eu tanto busco é tão pouco. As vezes parece difícil me render, uma vez que minhas experiências só me provaram que não se deve abrir a guarda, que se deve ter orgulho e coragem de passar por cima até dos sentimentos, se aquilo for o melhor futuramente. Não sou tão pretenciosa ao ponto de querer esquecer o passado, só queria conviver mais harmoniosamente com ele, e não tirar aprendizados tão duros, ser mais suave. The show must go on, baby. :*

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

simples?

Todo mundo arrisca palavras sobre amor, acaba soltando ao acaso que ama isso, ou aquilo. Amor é liberdade, é carinho, é não ter a mínima obrigação de estar junto, simplesmente estar porque aquilo lhe faz bem. O amor é simples, é o dia-a-dia, é aquele sorriso quando tudo está desmoronando, é o abraço silencioso.. Não tem nada de cinematográfico, de extraordinário, não precisa morrer de buscar, é o simples, o feijão com arroz, está bem alí ao nosso lado na maioria das vezes. É o gostar independente de nada, ou de tudo. É só gostar. É tão simples gostar, mas tem que estar disposto, disposto a lutar, a passar por cima de problemas.. Amar não é sofrer, amar não é ser só feliz.. amar é viver intensamente, se jogar sem medo do abismo. Deixe-se amar, faça por merecer ser amada.. que as rosas virão, claro que haverá tempestade, mas no fim você vai lembrar das rosas, e lembrar o quanto a tempestade vale a pena.